sábado, 7 de julho de 2012

SAÚDE NO TOPO DA LISTA




ROSANE DE OLIVEIRA - PÁGINA 10, ZERO HORA, 07/07/2012


O tema que mais atenção mereceu dos sete candidatos a prefeito de Porto Alegre no debate da Rádio Gaúcha e TVCOM foi o mesmo que figura no topo das preocupações dos eleitores: a saúde pública.

Por estar no poder, o prefeito José Fortunati (D) foi cobrado pelos problemas de falta de leitos e das filas nos postos e gastou a maior parte do tempo falando sobre o que a prefeitura está fazendo para diminuí-los.

As cobranças mais incisivas vieram de sua adversária direta, a deputada Manuela D’Ávila, que em sua primeira intervenção trouxe para o debate o tema da segurança pública, ressuscitando uma declaração de Fortunati de que a responsabilidade era do governo estadual.

Manuela, que por pelo menos três vezes defendeu a colocação de um guarda municipal em cada escola, prometeu o cercamento eletrônico de parques e a criação de uma central de monitoramento, duas medidas que já tinham sido anunciadas por Fortunati.

Com tantos candidatos de esquerda e de centro-esquerda, coube a Wambert Di Lorenzo (PSDB) o papel de defensor do mercado. O tucano disse que se orgulhava de ser do mesmo partido da ex-governadora Yeda Crusius e de líderes como Aécio Neves, José Serra e Fernando Henrique Cardoso.

Por ser o primeiro confronto, o debate mostrou que os candidatos ainda estão tateando em busca do tom mais adequado. O principal saldo positivo foi a forma respeitosa como os adversários se trataram e a apresentação de propostas para a solução de problemas reais da cidade, como transporte público, falta de creches, trânsito e o destino do lixo.

A NOTÍCIA:

PRIMEIRO ROUND. Estreia com ataques e propostas. Os sete candidatos à prefeitura da Capital participaram do debate inaugural da campanha, promovido por Rádio Gaúcha e TVCOM

CARLOS ROLLSING 

No terceiro piso da Câmara de Vereadores, tendo como pano de fundo uma vidraça que deixava à vista copas de árvores castigadas pela chuva que caía forte, os sete candidatos à prefeitura de Porto Alegre debateram ontem o futuro da cidade. O primeiro encontro entre os postulantes – transmitido por Rádio Gaúcha e TVCOM –, também teve momentos de tensão, ataques e acusações, expondo a estratégia inicial de cada um.

Durante os quatro blocos de perguntas e respostas, Adão Villaverde (PT), Érico Correa (PSTU), Jocelin Azambuja (PSL), José Fortunati (PDT), Manuela D’Ávila (PC do B), Roberto Robaina (PSOL) e Wambert Di Lorenzo (PSDB) focaram o discurso em saúde, segurança, educação e mobilidade urbana.

Candidato à reeleição, Fortunati foi o mais atacado. Teve de responder pelo recente fechamento de postos de saúde em meio a um feriadão. Com menos intensidade, foi fustigado também por ataques à política de segurança.

– A lei manda investir 15% em saúde, mas aplicamos 21% – afirmou o pedetista, que destacou também a ampliação do Programa de Saúde da Família (PSF) e a reabertura de leitos do SUS.

Manuela D’Ávila (PC do B) não poupou Fortunati de críticas nos temas mais sensíveis – saúde e segurança –, mas, seguindo uma linha moderada, não deixou de manifestar disposição para dar continuidade a projetos “bem sucedidos”, como o Programa Integrado Socioambiental (Pisa). A candidata tratou de valorizar a parceria com a senadora Ana Amélia Lemos (PP).

– Tenho muito orgulho disso. A senadora reconheceu o nosso projeto para a cidade – comentou.

Adão Villaverde (PT) procurou colar sua imagem nas gestões Tarso e Dilma. Repetiu várias vezes que integra o partido de ambos e disse ter falado com ministros para incluir propostas no seu plano de governo. Também valorizou a experiência de 16 anos do PT à frente da prefeitura e disse que, nos últimos oito anos, a cidade “retrocedeu”.

Villaverde, porém, não escapou de críticas: por ter governado a Capital por quatro mandatos, o PT foi responsabilizado por problemas da cidade .


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