quinta-feira, 15 de agosto de 2013

MAIS MÉDICOS NO RS PREENCHE SÓ 9% DAS VAGAS


ZERO HORA 15 de agosto de 2013 | N° 17523

TAÍS SEIBT

MAIS MÉDICOS. Fracasso da primeira etapa do programa federal leva Ministério da Saúde a tentar acordos bilaterais com países como Cuba


Mesmo com a inscrição de médicos estrangeiros e a possibilidade de brasileiros fazerem uma nova opção pelas cidades em que desejariam atuar, o programa Mais Médicos supriu apenas 9% da demanda gaúcha. Das 1.323 vagas abertas em 346 cidades, somente 119 foram preenchidas em 41 municípios. No país inteiro, 10,5% dos postos abertos pelo programa foram ocupados, conforme balanço divulgado ontem pelo Ministério da Saúde.

Embora ainda seja pouco, o quadro melhorou em relação ao panorama preliminar, divulgado na semana passada, ainda sem contar os diplomados no Exterior.

Antes, eram apenas 47 inscritos para atender 22 municípios no Estado. Em todo o Brasil, com os estrangeiros, o programa ampliou de 13% para 16% o número de cidades atendidas. Das 3.511 inscritas, 579 receberão médicos.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a entrada de médicos estrangeiros no processo de seleção é responsável pela ampliação da cobertura, principalmente em cidades do Interior.

– Houve uma certa interiorização, mais municípios foram atendidos, sobretudo nas regiões de fronteira, demonstrando que essa foi uma estratégia importante – afirmou o ministro da Saúde.

Alexandre Padilha anunciou ainda que 96% dos municípios que receberão médicos serão contemplados com recursos para construção e reforma de Unidades Básicas de Saúde.

O dado mais alarmante desta primeira rodada do Mais Médicos é que 703 municípios sequer foram cogitados pelos candidatos, o que força o governo federal a repensar sua estratégia para reduzir a carência de médicos.

– O programa é um fracasso. O Ministério da Saúde errou ao não ouvir a experiência dos prefeitos – avalia o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Valdir Andres, de Santo Ângelo.

Segundo ele, a carência de médicos só teria solução com o repasse de recursos aos municípios ou com a criação de uma carreira federal na Medicina para dar garantias trabalhistas aos profissionais.

Governo reabrirá prazo para inscrição de novos candidatos

Opinião semelhante tem o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes:

– A solução para interiorizar a distribuição dos médicos não passa pela atração de estrangeiros, mas pela criação de uma carreira estatal para a categoria.

A partir de hoje, o Ministério da Saúde dá início ao processo de acolhimento dos médicos e, paralelamente, divulga novo edital de seleção para o programa, reabrindo o sistema para inscrições de municípios e de profissionais a partir de segunda-feira.

Os estrangeiros ainda passarão por três semanas de treinamento em oito capitais – entre elas, Porto Alegre – antes de seguirem para o destino final. A previsão é de que eles estejam à disposição dos municípios na segunda quinzena de setembro.



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