segunda-feira, 12 de agosto de 2013

NEM ESTRANGEIROS SALVAM PROGRAMAS

ZERO HORA 12 de agosto de 2013 | N° 17520

LETÍCIA DUARTE

MAIS MÉDICOS. Apesar da contratação de profissionais do Exterior, menos de 12% das vagas nos municípios gaúchos devem ser preenchidas


Mesmo que todos os estrangeiros pré-inscritos no programa Mais Médicos confirmem a sua participação até o final do dia de hoje, a carência de profissionais nas unidades de saúde do Rio Grande do Sul vai continuar. Com a adesão prévia de 105 profissionais nascidos ou formados em outros países, que se somam aos 47 brasileiros que já homologaram a sua inscrição, a seleção será encerrada com resultados tímidos: na melhor das hipóteses, apenas 11,4% das 1.323 vagas abertas nos municípios gaúchos serão preenchidas.

O balanço final será anunciado amanhã pelo Ministério da Saúde, após a consolidação das homologações, mas a tendência é pouco animadora. Na primeira chamada aos brasileiros, o percentual de desistência chegou a 56% no Rio Grande do Sul. Dos 107 profissionais inicialmente cadastrados, apenas 47 homologaram seu registro depois da divulgação da lista de cidades para as quais haviam sido indicados.

Nesta segunda etapa, em que as vagas foram oferecidas a profissionais de fora, o número de inscrições também ficou abaixo do esperado. Dos 105 cadastrados, 21 são estrangeiros formados em instituições brasileiras ou com diploma revalidado, 60 são estrangeiros formados no Exterior e 24 são brasileiros formados fora do país. Juntas, as inscrições contemplam 35 cidades gaúchas, sendo Porto Alegre a que mais atraiu profissionais, com 25 indicações. Após a divulgação da lista de municípios, os profissionais terão até hoje para confirmar sua participação.

Governo comemora resultados iniciais e promete novas rodadas de inscrições

Em todo o país, foram 715 profissionais estrangeiros que indicaram municípios para participar do primeiro mês de seleção do Mais Médicos. De 50 países diferentes, esses médicos foram alocados em 268 cidades. Do total, 194 são brasileiros formados fora do país. Como somente 938 profissionais confirmaram inscrição na primeira seleção, o reforço está longe de suprir a demanda, de 15,4 mil vagas no país. Ainda assim, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, enaltece os resultados, salientando que novas rodadas de inscrição serão abertas.

– Em um mês, conseguimos mobilizar um grande número de profissionais, que demonstraram interesse em atuar nas regiões mais carentes. Os moradores dessas regiões serão atendidos por um médico, e sabemos a diferença que faz um profissional perto da população. É apenas o início – afirmou.

Já o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo Mendes, vê uma finalidade política na iniciativa.

– Como não conseguiram as inscrições individuais, agora podem fechar o acordo com o governo cubano para trazer uma leva de cubanos. Se fosse sério, o programa não poderia ser feito sem discussão com a sociedade e as entidades médicas – alfinetou.




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