quarta-feira, 17 de julho de 2013

JALECOS NAS RUAS

ZERO HORA 17 de julho de 2013 | N° 17494

Médicos mobilizados contra atos de Dilma

Pressionado, governo criou grupo para discutir contratação de estrangeiros



Os médicos voltaram às ruas ontem para criticar medidas adotadas pelo governo federal na saúde, assim como no protesto feito no início do mês. Desta vez, estudantes, residentes e profissionais tiveram um motivo a mais para demonstrar descontentamento: o programa Mais Médicos, anunciado no último dia 8.

Em Porto Alegre, cerca de 400 pessoas participaram de caminhada, que saiu do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul (Muhm), na Avenida Independência. Após passarem pelas vias Sarmento Leite, João Pessoa, Salgado Filho e Borges de Medeiros, chegaram até a prefeitura, diante do qual fizeram um protesto. Ao final do ato, uma comissão foi recebida pelo vice-prefeito Sebastião Melo.

De acordo com o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes, as entidades médicas nacionais estão entrando com mandado de segurança preventivo para tentar bloquear a tramitação da Medida Provisória 621, que institui o programa Mais Médicos:

– E junto com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), as entidades médicas estão entrando com uma Adin (Ação de Inconstitucionalidade) na Justiça para procurar garantir os direitos da população, estão sendo caçados.

Outras queixas são a sanção pela presidente Dilma Rousseff da lei do Ato Médico, com vetos aos principais pontos, e a falta de investimentos na saúde. Médicos pressionam para que o governo federal aumente o orçamento da União para a saúde de 4,4% das receitas brutas para 10%.

Para hoje, está marcada uma assembleia geral na Associação Médica do RS (Amrigs), às 19h, quando haverá votação para avaliar a possibilidade de greve no dia 23. Na semana passada, os médicos realizaram plenária, com mais de 700 participantes, e aprovaram indicativo de paralisação. Em pelo menos outros 13 Estados foram realizados atos semelhantes. Em São Paulo, a manifestação durou mais de quatro horas e tomou as ruas da área central.

Comissão para debater mudança no currículo

Ontem, uma comissão foi formada por representantes de 11 cursos de Medicina de universidades federais para discutir como os dois anos de serviço obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS) – previstos como segundo ciclo na formação dos médicos – podem ser incorporados ao tempo de residência. Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o objetivo é aprimorar as propostas do Mais Médicos, sobretudo a de levar profissionais para o Interior e para o segundo ciclo.

– Como são profissionais do SUS que vão acompanhar os estudantes, temos de definir como isso será feito – disse Mercadante, ressaltando que a comissão terá 180 dias para discutir antes de as propostas seguirem para o Conselho Nacional de Educação.

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