sexta-feira, 5 de julho de 2013

SAÚDE PARA TODOS

ZERO HORA 05 de julho de 2013 | N° 17482


 Luiz Augusto Pereira*



A preocupação com a saúde é de todos nós. A Constituição brasileira não esqueceu: Direito do cidadão e dever do Estado. Na prática a teoria é outra, dizia um filósofo preocupado com a saúde do país, que festeja como campeã no futebol da Copa das Confederações e, ao mesmo tempo, protesta nas ruas por mudanças.

Os serviços de saúde, compartilhados pelas esferas federal, estadual e municipal estão longe de orgulhar os brasileiros, portanto na saúde não há nada a comemorar.

No Brasil os investimentos públicos em saúde são menores do que os investimentos privados. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os gastos do governo correspondem a 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB), e dos setores privados totalizam 4,9%.

O Ministério da Saúde teve para gastar, em 2012, R$ 95,9 bilhões, a quantia é significativa, mas insuficiente e muito menor do que a destinada por vários países considerando a sua população.

Se é verdade, segundo informação da Associação Médica Brasileira (AMB), que o Ministério da Saúde deixou de empregar R$ 17 bilhões de seu orçamento entre 2011 e 2012, este fato demonstra que, entre outras coisas, há falha na gestão e isto deve ter contribuído para que as entidades representativas dos médicos considere o ministro da Saúde como “persona non grata”, por adotar medidas que colocam em risco a saúde dos brasileiros. Neste contexto, é preciso destacar que os recursos para a saúde quando chegam, chegam lentamente e não são capazes de permitir o enfrentamento dos altos custos da tecnologia e dos recursos humanos, itens que são fundamentais para que o país tenha uma assistência à saúde de qualidade.

O presidente da Confederação Nacional das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) tem afirmado que a palavra “saúde” foi a mais pronunciada nas manifestações dos últimos dias em todo o país e que merece prioridade absoluta do governo. Os protestos consagraram frases como, por exemplo: “Queremos escolas e hospitais no padrão Fifa”, “Quando teu filho fica doente, tu levas ele a um estádio?”

É preciso que cada um dê um pouco mais de si, o recado também é para o povo, mas, no momento, as mudanças são exigidas dos governantes que não podem esquecer que “a voz do povo é a voz de Deus”, mesmo para aqueles que não acreditam no Grande Arquiteto do Universo.

*MÉDICO, GESTOR DE SAÚDE

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