terça-feira, 30 de julho de 2013

PASSO PROMISSOR

ZERO HORA 29 de julho de 2013 | N° 17506

EDITORIAIS


É promissora a atitude do governo federal de alocar os dois anos adicionais na formação de médicos no período de residência e não mais na graduação. Em nota conjunta, a medida foi qualificada de positiva pelos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Educação, Aloizio Mercadante, na quinta-feira, depois de reunião do comitê de representantes da Associação Brasileira de Educação Médica, da comissão de especialistas vinculada ao Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Educação (CNE). A residência médica passaria a ser obrigatória para os profissionais formados no país depois de 2021.

Vale lembrar que a melhoria da graduação faz parte do tripé de medidas sobre o qual se apoia o Programa Mais Médicos, do governo federal – as outras são o chamamento de médicos estrangeiros e a expansão do ensino. Numa primeira versão, a ideia era ampliar a duração da graduação, criando-se um segundo ciclo para prestação de serviços no Sistema Único de Saúde (SUS), ainda que estivesse prevista a alternativa de oferecer os dois anos adicionais como residência. Desde o anúncio do programa, no dia 8 de julho, entidades de classe fizeram uma série de críticas às proposições e chegaram a ameaçar recorrer à Justiça. Embora mantenham a diretiva de que o período extra seja cumprido no SUS, os ministros deram uma demonstração de apreço pelo diálogo e pelo respeito à diversidade de opiniões ao recuar, na prática, da posição inicial.

No primeiro mês de seleção, o Programa Mais Médicos obteve adesão de 3.511 municípios, cifra que equivale a 63% do total e a 92% dos considerados prioritários para a iniciativa. Esses números refletem uma justa e compreensível expectativa da sociedade em relação ao programa. O Executivo precisa demonstrar sensibilidade em relação às demandas dos profissionais de medicina e compromisso com a qualidade do ensino superior.

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