quarta-feira, 31 de julho de 2013

PROTESTO DE JALECOS

ZERO HORA 31 de julho de 2013 | N° 17508


Mobilização une entidades médicas e serviços param

Ação, que segue hoje, não afetou atendimentos de urgência e emergência



Para protestar contra vetos da presidência à lei do Ato Médico e contratação de estrangeiros, médicos suspenderam serviços em todo o país ontem, mantendo apenas atendimentos de emergência e urgência e em 50% das consultas agendadas. Essa foi uma das raras situações em que as entidades médicas defenderam a mesma posição.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Santa Maria, Benônio Terra Vilalba, isso ocorre porque o problema da saúde do país foi atribuído à categoria:

– Jogaram a culpa em nós, mas o problema está nos gestores.

Em artigo publicado em ZH de ontem, o médico Gilberto Schwartsmann defendeu a mesma tese. “O governo conseguiu o inimaginável: uniu toda a classe médica brasileira! Em mais de 30 anos de profissão, nunca havia visto tantos médicos participando de protesto de rua!”, escreveu o oncologista.

Hoje, ocorre o segundo dia da mobilização. Ontem, a adesão à paralisação alcançou quase a totalidade da categoria. Vinte e dois Estados aderiram ao movimento (ficaram de fora Alagoas, Amapá, Roraima e Piauí).

Em Porto Alegre e na Região Metropolitana, médicos aderiram à paralisação nos hospitais de Clínicas, Conceição, Santa Casa, São Lucas da Pucrs e Cardiologia. O serviço de Traumatologia do Parque Belém também foi afetado. No Interior, houve manifestação em pelo menos 25 cidades. Nos ambulatórios dos grandes hospitais, consultas foram reagendadas e devem ser regularizadas a partir de amanhã.

Como solução para os problemas da saúde pública, as entidades pedem mais investimento da União, passando de 4,4% da receita para 10%, e a criação de uma carreira de Estado para médicos. O presidente do Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), Rogério Wolf de Aguiar, questiona medidas do governo:

– Podemos ter 30 médicos por mil habitantes e as emergências continuarão superlotadas. Mais Médicos não resolve a falta de leitos e infraestrutura.

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