terça-feira, 13 de setembro de 2011

MEDICINA CURATIVA OU PREVENTIVA?

BEATRIZ FAGUNDES, REDE PAMPA, O SUL, Porto Alegre, Terça-feira, 13 de Setembro de 2011.

Vivemos em uma sociedade caótica que discute os efeitos, ignorando esquizofrenicamente as causas de suas mazelas.

Vou dispensar comentários sobre a proposta do governador aos brigadianos. Gostei. Foi o possível, mas vamos cobrar mais! Porém, uma informação nutricional mexeu comigo, e tenho certeza que pode fazer muitos repensarem alguns hábitos modernos! Há tempos que médicos e nutricionistas sabem que o glúten, uma substância encontrada no trigo, na cevada e na aveia, transforma-se numa espécie de cola ao chegar ao intestino e gruda nas paredes intestinais, provocando, aos poucos, saturação do aparelho digestivo, o aumento da gordura visceral (na região do abdômen), dores articulares, alergias cutâneas, enxaqueca e depressão.

Está havendo uma saturação do metabolismo da população em geral devido a uma alimentação equivocada. Esta tendência à intolerância alimentar e às doenças subsequentes começam no primeiro ano de vida, quando a criança começa a comer pão, biscoito e macarrão. Uma criança de 7 ou 8 anos já sabe fazer sozinha o miojo, que já vem com um veneno no saquinho para o molho. Aquilo tem glutamato monossódico, que altera a química cerebral e é uma substância tóxica.

O glúten é encontrado junto ao amido em cereais como trigo, centeio, aveia, cevada, triticale e malte. O perigo se agravou devido ao consumo excessivo de pães, biscoitos, macarrão, bolos. Até alguns queijos e embutidos contêm o glúten. Os resultados já aparecem nos consultórios de nutrólogos, alergistas e nutricionistas: obesidade, síndrome de resistência à insulina, deficiência de cálcio (o trigo vem sempre adicionado de açúcar), alergias, diarreias, doenças autoimunes.

A pediatra e nutróloga Clara Brandão, do Ministério da Saúde, defende o que chama de nossa soberania alimentar: mandioca, milho e arroz no lugar do trigo importado, que faz tanto mal. Ela alerta que a troca de alimentos saudáveis e orgânicos nacionais como a mandioca, o milho e o inhame pela farinha de trigo refinada importada já começa a causar doenças também em pessoas não celíacas. Ela lembra que 80% dos brasileiros vivem nas periferias urbanas comendo pão com margarina e macarrão. Os de maior poder aquisitivo adicionam o queijo, o salame e o presunto, que, segundo ela, contêm aditivos químicos que comprometem a saúde.

Têm-se um alimento orgânico como a mandioca, muito mais nutritivo e mais barato que o trigo, e que fixa o produtor na terra. O que estamos esperando para mudar essa situação? Defender a saúde começa por "ensinar" o povo a comer! A saúde começa pela boca, diziam nossos avós! Em tempos de discussão sobre um novo tributo para a área da saúde, certamente os contribuintes/eleitores/cidadãos sairiam ganhando se recebessem maciças informações sobre hábitos de higiene e alimentares. Qual a porcentagem de doentes que poderiam evitar o castigo de enfrentar a burocracia do Sistema Único de Saúde, apenas lavando as mãos, bebendo mais água e evitando o excesso de sal? Medicina curativa ou preventiva? Vivemos em uma sociedade caótica que discute os efeitos, ignorando esquizofrenicamente as causas de suas mazelas. Evite o glúten, faça a sua parte! A conferir!

Nenhum comentário:

Postar um comentário