quinta-feira, 13 de setembro de 2012

CARÊNCIA NA SAÚDE

ZERO HORA 13 de setembro de 2012 | N° 17191

EDITORIAL


A redução de 10% no número de leitos no sistema público de saúde do Rio Grande do Sul no período de sete anos ajuda a explicar o caos registrado nas emergências, particularmente em cidades de maior porte, e exige uma atenção maior por parte do poder público à necessidade de ampliação dos investimentos no setor. A queda no número de vagas, apurada pelo Conselho Federal de Medicina, se deve em boa parte ao fato de muitas instituições hospitalares terem fechado suas portas ou descontinuado o atendimento em algumas áreas devido à insatisfação com os valores pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pelos serviços prestados. Por isso, ao mesmo tempo em que precisam ampliar os investimentos, os responsáveis pela formulação de políticas nessa área devem dar mais ênfase à prevenção, como forma de reduzir a busca por hospitais.

Um dos pressupostos do SUS, desde sua criação, é justamente a ênfase em ações preventivas, como forma de reduzir a pressão por vagas em hospitais. A questão é que, até hoje, poucos municípios investem o mínimo necessário para atender à demanda por consultas ambulatoriais, preferindo na maioria das vezes investir em ambulâncias e simplesmente enviar seus pacientes para centros maiores. Como o número de leitos diminui enquanto a população aumenta, a carência de vagas em hospitais é crítica, ao mesmo tempo em que a situação das emergências mostra-se cada vez mais calamitosa.

Presente em praticamente todo o país, o caos na saúde pública tornou-se preocupação número 1 da população, dominando os debates da campanha eleitoral nos municípios. A questão, porém, é séria demais para ficar no âmbito de promessas eleitorais renovadas a cada quatro anos.

Políticas adequadas de saúde não devem depender de quem está no poder ou pretende alcançá-lo. Bons resultados nessa área são o mínimo que a sociedade precisa exigir de administradores municipais e estaduais, de quem se espera apenas que cumpram com suas obrigações.

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