segunda-feira, 17 de outubro de 2011

PRIMEIRO, A VIDA

EDITORIAL ZERO HORA 17/10/2011


Compreende-se que os serviços públicos de emergência adotem protocolos de segurança para se prevenir contra trotes que, invariavelmente, causam prejuízos e desviam a atenção dos profissionais de plantão. Mas o que ocorreu na semana passada com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) deve servir de advertência para impedir que a burocracia e a obediência cega a procedimentos preestabelecidos coloquem vidas em risco. Ao negar atendimento para uma estudante que passava mal, porque a solicitação não partira dela nem de uma pessoa que estivesse próximo da paciente, o Samu protagonizou uma situação de negligência incompatível com a utilidade e a presteza do serviço.

Vale para o Samu, vale para os bombeiros, vale para a polícia e para todas as organizações que oferecem atendimento de urgência: a vida humana tem que vir em primeiro lugar. Ainda que a chamada telefônica pareça falsa ou inconfiável, é obrigação do operador que a recebe esgotar todas as possibilidades de checagem. Com a facilidade de comunicação existente hoje, torna-se absolutamente dispensável que o solicitante esteja próximo da vítima ou do local onde possa estar ocorrendo um desastre. No mundo tecnológico em que vivemos, já não são incomuns episódios em que o pedido de socorro é feito por pessoas que estão em outros países ou em outros continentes.

Infelizmente, a demora no atendimento pode ter sido determinante para a morte da estudante de Frederico Westphalen, que morava sozinha em Porto Alegre. Foi, porém, uma excepcionalidade, gerada acima de tudo pela má comunicação. A regra geral é que o Samu aja com presteza e celeridade, como se constata diariamente no atendimento de acidentes de trânsito e mesmo no socorro a doentes graves. Mas o triste episódio mostra que o serviço pode – e deve – ser aperfeiçoado.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O título deste editorial deveria ser lema para os Governantes e políticos brasileiros. Por vir em primeiro lugar, a vida não tem preço. Portanto, quando os governantes esquecem de investir em educação (preparação para a vida), saúde (prevenção, tratamento e cura) e segurança (sobrevivência) estão desprezando a vida dos cidadãos que governam e pagam o custo deste governo.

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