EDITORIAL DIÁRIO CATARINENSE - 21/05/2011
O governo da União deve explicações aos catarinenses. Quais as razões que levaram o Ministério da Saúde a destinar ao Estado apenas R$ 689,3 mil do Fundo Nacional de Saúde para investimentos em novos leitos de unidades de tratamento intensivo (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS)? Foi a menor na verdade, ínfima, diante das necessidades prementes dotação entre os três estados da Região Sul, quaisquer que tenham sido os parâmetros de cálculo, o que leva a crer que esta tenha sido uma decisão inspirada por outros critérios que não os técnicos, como é desejável e impositivo.
Gritante a diferença entre os valores, eis que, para a mesma finalidade, ao Paraná foram destinados R$ 5,7 milhões, e ao Rio Grande do Sul, R$ 4 milhões. Do total nacional, o valor repassado a Santa Catarina correspondeu a apenas 0,71%. Evidencia-se o despropósito, legitima-se a cobrança de explicações. Com o valor do repasse, será possível habilitar apenas quatro novos leitos de UTI para atendimento de pacientes do SUS. Enquanto eleva-se o clamor popular – tanto no Estado quanto país afora –, exigindo melhorias urgentes no atendimento à saúde pública, crescem as filas às portas dos hospitais e das emergências e, não raro, pacientes que precisariam de cuidados intensivos têm que ser atendidos em macas nos corredores dos estabelecimentos de saúde. Um descalabro, um quadro inaceitável. Sem exagero, trata-se de uma questão de vida e morte para a imensa maioria dos brasileiros, cujo atendimento médico e hospitalar depende exclusivamente do SUS. Santa Catarina, atualmente, dispõe de escassos 704 leitos de UTI.
A Federação dos Hospitais do Estado questiona, com justa indignação, o valor do repasse, e vai acionar a representação política catarinense para cobrar as explicações devidas e reparar o malfeito. Todos os discursos eleitorais sempre prometem tratar como prioridade o atendimento à saúde. Depois, é o que se vê. Há que se questionar, e cobrar. Chega de promessas traídas.
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