PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - Reprovação em áreas críticas - ZERO HORA 11/08/2011
Ocorre com a presidente Dilma Rousseff um fenômeno interessante em matéria de imagem. Na pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria e divulgada ontem, dois terços dos entrevistados (67%) aprovam a maneira como Dilma governa o país. Os índices de bom e ótimo somam 48%, contra 12% de ruim e péssimo. O curioso é que os resultados da avaliação área por área não sustentam essa aprovação global. Das nove áreas avaliadas, o índice de aprovação só é superior a 50% no combate à fome e à pobreza (57%) e no meio ambiente (52%).
Em saúde, a avaliação é um desastre absoluto. Nada menos do que 69% dos entrevistados disseram que desaprovam a condução da área da saúde. Historicamente, saúde, segurança pública e emprego figuram entre as maiores preocupações dos brasileiros. Dilma conseguiu 49% de aprovação no combate ao desemprego, mas, em saúde, o índice positivo é de apenas 28%. Em segurança, a avaliação negativa vai a 65%.
A percepção sobre a área da saúde já era ruim em março, mas piorou muito em agosto. A aprovação baixou de 41% para 28%, e a desaprovação subiu de 53% para 69%. Nada surpreendente, considerando-se a falta de vagas nos hospitais, a demora para conseguir uma consulta especializada ou um exame mais complexo e a dificuldade em obter medicamentos. Se o governo não conseguir melhorar a avaliação das áreas mais críticas, será difícil manter a popularidade da presidente no patamar elevado em que está, apesar dos escândalos de corrupção que pipocam em diferentes ministérios.
Em todas as áreas, incluindo a avaliação geral, os números pioraram de março para agosto – e esse dado deveria fazer soar o alarme no Palácio do Planalto. Os eleitores ainda mantêm elevada a confiança na presidente (65%), mas estão dando um recado: a qualidade dos serviços públicos está deixando a desejar.
No Brasil, a saúde pública é tratada com descaso, negligência e impostos altos em remédios e tudo o que faz bem à saúde. Médicos e agentes da saúde são poucos e mal pagos; As pessoas sofrem e morrem em filas, corredores de ambulatórios e postos de saúde; As perícias são demoradas e burocracia exagerada; Há falta de leitos, UTI, equipamentos, tecnologia, hospitais e postos de saúde apropriados para a demanda; A impunidade da corrupção desvia recursos e incentiva as fraudes.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
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