sexta-feira, 12 de agosto de 2011

SOLIDARIEDADE - POLICIAL DOA RIM A COLEGA DE TRABALHO

PM homenageia hoje soldado que vai ajudar a salvar amigo doente - 12 de agosto de 2011 | 0h 00 - Valéria França - O Estado de S.Paulo

Hoje, ao meio-dia, 1,3 mil alunos da Escola Superior de Soldados, em Pirituba, na zona oeste da capital, vão homenagear o soldado José Ricardo de Paula, de 43 anos. O motivo: o PM vai doar um de seus rins a um amigo da corporação. "É a primeira vez que vemos um ato de solidariedade como esse", diz o tenente Fernando Signorelli, de 32 anos. "Isso mostra que a corporação é como uma família para o soldado."

Em novembro do ano passado, o soldado Celso José de Oliveira, de 44 anos, teve uma crise renal. Chegou a ser internado e encaminhado para hemodiálise. Casado, pai de quatro filhos - a mais velha, Jade, tem 19 anos, e a caçula, Marjary, 9 -, ele trabalha como auxiliar na biblioteca da escola de soldados.

Oliveira estava em tratamento desde 2005, ano em que descobriu que tinha rins menores do que o padrão da população. "Cada um mede cerca de 5 centímetros, menos da metade de um saudável", explica o soldado, que, graças aos medicamentos, manteve o quadro estabilizado. Mas, em novembro, depois da crise, os médicos disseram que a solução seria o transplante. "Cheguei a pegar uma senha (no Programa Estadual de Transplantes). Estava resignado a esperar a minha vez."

Ele não perguntou ao médico nem quanto tempo poderia levar a espera. "Falei para a minha mãe que nunca pediria que alguém doasse em vida. Se isso tivesse de acontecer, a pessoa iria se oferecer." Mas ele acreditava que o órgão viria mesmo de um cadáver.

José Ricardo trabalha no Departamento de Telemática da escola. Assim como Oliveira, mora em Pirituba, também é casado e tem filhos. Os dois se conheceram há três anos, quando trabalharam na mesma seção.

Inesperadamente, há três meses, José Ricardo ofereceu um de seus rins ao colega. "Estou emocionada", diz a mulher de Oliveira, Cristina, de 34 anos. "Eu não esperava. Quando ele falou, não acreditei. Perguntei se ele tinha mesmo certeza disso. Ele disse que sim", conta Oliveira, que é espírita e acredita que a explicação para tanta solidariedade esteja em vidas passadas.

Os dois já fizeram o teste de compatibilidade, que deu positivo. Alguns exames complementares ainda precisam ser realizados para que, então, o transplante seja marcado.

Um comentário:

  1. Fico muito feliz em saber que ainda existem pessoas com humildade, simplicidade, compaixão no coração... Que entre meio tantas rochas, uma vida surge ali para doar se ao um meio simples que o homem insiste querer comandar... mas sem sucesso, visto pela forma com que se comporta perante ao seu próprio meio...
    José Ricardo é a prova concreta que ainda existe trigo no meio de tanto joio...
    Obrigada José Ricardo por seres um exemplo de orgulho a uma humanidade...
    Espero que cada ser humano que souber de teu ato... Faça renascer dentro de si um "José Ricardo"... Quem sabe assim, começaremos verdadeiramente a caminhar em direção da paz na humanidade...

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